24 de jan. de 2012

Neurociência: As novas rotas da educação

Fgª. Lana Bianchi e Fgª. Vera Mietto


Os avanços e descobertas na área da neurociência ligada aos processos de aprendizagem é sem dúvida, uma revolução para o meio educacional. A Neurociência da aprendizagem é o estudo de como o cérebro trabalha com as memórias, como elas se consolidam, como se dá o acesso ás informações e como elas são armazenadas.

Quando falamos e pensamos em Educação e Aprendizagem, falamos em processos neurais, redes que estabelecem conexões e que realizam sinapses.

Mas como entendemos Aprendizagem?

Aprendizagem nada mais é do que esse maravilhoso e complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, e ativa suas sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos), tornando-as mais “intensas” e velozes. A cada estímulo, cada repetição eficaz de comportamento, torna-se consolidado, pelas memórias de curto e longo prazo, as informações, que guardadas em regiões apropriadas, serão resgatadas para novos aprendizados.

A Neurociência vem-nos descortinar o que antes conhecíamos sobre o cérebro, e sua relação com o Aprender. O cérebro, esse órgão fantástico e misterioso, é matricial nesse processo. Suas regiões, lobos, sulcos, reentrâncias tem cada um sua função e importância no trabalho conjunto, onde cada área necessita e interage com o desempenho do hipocampo na consolidação de nossas memórias, com o fluxo do sistema límbico (responsável por nossas emoções) possibilitando desvendar os mistérios que envolvem a região pré-frontal, sede da cognição, linguagem e escrita ecompreender as vias e rotas que norteiam a leitura e escrita (regidas inicialmente pela região visual mais específica (parietal) que reconhece as formas visuais das letras e depois acessa outras áreas para a codificação e decodificação dos sons para serem efetivadas.


Faz-se mister entender os mecanismos atencionais e comportamentais de nossas crianças padrão das crianças TDAH e estudar suas funções executivas e sistema de comando inibitório do lobo pré-frontal, hoje muito relevante na educação.

Compreender as vias e rotas que norteiam a leitura e escrita (regidas inicialmente pela região visual mais específica (parietal) que reconhecem as formas visuais das letras e depois acessa outras áreas para a codificação e decodificação dos sons para serem efetivadas.

Penetrar nos mistérios da região temporal relacionado à percepção e identificação dos sons onde os reconhece por completo (área temporal verbal) possibilitando a produção dos sons para que possamos fonar as letras. Não esquecer a região occipital, que abriga como uma de suas funções o coordenar e reconhecer os objetos, assim como o reconhecimento da palavra escrita.

Assim, cada órgão se conecta e interliga-se no processo, onde cada estrutura com seus neurônios específicos e especializados desempenham um papel na base do Aprender.

Estudos na área neurocientífica centrados no manejo do aluno em sala de aula nos esclarece que o processo aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter relacionada (conectada). Assim podemos entender como é valioso aliar a música, os jogos, e movimentos em atividades escolares e ter a possibilidade de trabalhar simultaneamente mais de um sistema: auditivo, visual e até mesmo o sistema tátil com atividades lúdicas, esportivas, e todos os movimentos surgindo de dentro para fora (psico-motricidade), desempenho este que leva-nos ao Aprender

Podemos então eferir, desta forma, que o uso de estratégias adequadas em um processo de ensino dinâmico e prazeroso provocará conseqüentemente alterações na quantidade e qualidade destas conexões sinápticas melhorando assim o funcionamento cerebral, de forma positiva e permanente, com resultados satisfatórios e eficazes.

Os games (adorados por crianças e adolescentes) ainda em discussão no âmbito acadêmico são fantásticos na forma de manter os alunos “plugados” e podem ser mais uma ferramenta mediadora que possibilita estimular o raciocínio lógico, atenção, concentração, conceitos matemáticos através de atividades como: cruzadinhas, caça-palavras e jogos interativos que desenvolvem a ortografia, de forma desafiadora e prazerosa para alunos.

O grande desafio dos educadores é viabilizar uma aula que “facilite” esse disparo neural, este gatilho, a sinapse e o funcionamento desses sistemas, sem que necessariamente o professor tenha que saber como lidar individualmente com cada aluno. Quando ciente da modalidade de aprendizagem do aluno, (e isso não está longe de ser inserida na grade de formação de nossos educadores) o professor saberá quais e melhores estratégias utilizar e certamente fará uso desse meio facilitador no processo Ensino – Aprendizagem.

Outra descoberta é que através de atividades prazerosas e desafiadoras o “disparo” entre as células neurais acontece mais facilmente: as sinapses fortalecem-se e as redes neurais são estabelecidas com mais rapidez (velocidade sináptica).

Sinapse: comunicação entre neurônios
Rede neural


Mas como desencadear isso em sala de aula? Como o professor pode ajudar nesse “fortalecimento neural”?

Todo ensino desafiador ministrado de forma lúdica tem esse efeito: aulas dinâmicas, divertidas, ricas em conteúdo visual e concreto, onde o aluno não é um mero observador de o seu próprio saber o deixam “literalmente ligado”, plugado, antenado.

O conteúdo antes desestimulador e cansativo para o aluno é substituído por um professor com nova roupagem que propicia novas descobertas, novos saberes; é dinâmico e flexível, plugado em uma área informatizada, aonde a cada momento novas informações chegam ao mundo desse aluno. Professor e aluno interagem ativamente, criam, viabilizam possibilidades e meios de fazer esse saber, construindo juntos a aprendizagem com todas as rotas: auditivas, visuais, táteis e neste universo cheio de informações, faz-se a nova Educação e um novo modelo de Aprender.

Uma aula enriquecida com esses pré-requisitos é envolvente e dinâmica: é o saber se utilizar de possibilidades onde conhecimento Neurocientífico e Educação caminham lado a lado.

Mas como isso é possível?O que fazer em sala de aula?

A seguir algumas sugestões adotadas:

(1) Estabelecer regras para que haja um convívio harmonioso de todos em sala de aula, onde alunos sejam responsáveis pela organização, limpeza e utilização dos materiais. Ao opinar e criar regras e normas adotadas, eles se sentirão responsáveis pela sala e espaço escolar.

(2) Utilizar materiais diversificados que explorem todos os sentidos. Visual: mural, cartazes coloridos, filmes, livros educativos; Tátil: material concreto e objeto de sucata planejado. Há uma riqueza de sites na internet que nos disponibilizam atividades produtivas e prazerosas. A criatividade aflora e a aula torna-se muito divertida; Auditivo: música e bandinhas feitas com material de sucata, sempre com o conteúdo pedagógico inserida nelas. A criação de músicas e paródias sobre conteúdos é uma forma muito divertida de aprender. Talentos apareceram em salas de aula. E quem não gosta de cantar? Aulas com dinâmica treinam as memórias de curto prazo e a auditiva (elas são trabalhadas em áreas hipocampais) e assim retidas em memória de longo prazo, efetivando o Aprendizado!

3) O cantinho da “leitura” é um pedaço de criar idéias, deixar o “Novo” entrar na mente, através dos signos e símbolos. (Significados e significante)

4) Estabelecer rotinas onde possam realizar trabalhos individuais, em dupla, em grupos (rotinas estabelecidas reforçam comportamentos assertivos e organização). Crianças com TDAH, que apresentam mal funcionamento das funções executivas se beneficiam com rotinas e regras pré estabelecidas. O trabalho em equipe é relevante, ativa as regiões límbicas (responsáveis pelas emoções) e como sabemos o aprender está ligado à emoção, e a consolidação do conteúdo se faz de maneira mais efetiva. (hipocampo)

(5) Trabalhar o mesmo conteúdo de várias formas possibilita aos alunos “mais lentos” oportunidades de vivenciarem a aprendizagem de acordo com suas possibilidades neurais. Dê aos mais rápidos atividades que reforcem ainda mais esse conteúdo, mantendo-os atentos e concentrados para que os alunos com processos mais lentos não sejam prejudicados com conversas e agitação do outro grupo de crianças.

A flexibilidade em sala de aula permite uma aprendizagem mais dinâmica e melhor percebida por toda a classe. O professor que administra bem os conflitos em sala de aula possui “jogo de cintura” e apresenta o conteúdo com prazer, mantendo seus alunos “plugados”, com interesse em aprender mais, movidos pela novidade: o prazer faz uma internalização de conceitos de maneira lúdica e eficaz.

Desta forma, somos sabedores deste mecanismo neural que impulsiona a aprendizagem, das estratégias facilitadoras que estimulam as sinapses e consolidam o conhecimento, da magia onde cada estrutura cerebral interliga-se para que todos os canais sejam ativados. Como numa orquestra afinadíssima, onde a melodia sai perfeita, de posse desses conhecimentos e descobertas, será como reger uma orquestra onde o maestro saberá o quão precisamente estão afinados seus instrumentos e como poderá tirar deles melodias harmoniosas e perfeitas!

A Neurociência veio para ser grande aliada do professor na atualidade, em identificar o individuo como ser único, pensante, atuante, que aprende de uma maneira pessoal, única e especial. Desvendar os segredos que envolvem o cérebro no momento do Aprender, facilita nosso professor.

Surge um novo professor (neuroeducador), a buscar conhecimento sobre como se processam a linguagem, memória, esquecimento, humor, sono, medo, como interagimos com esse conhecimento e conscientemente envolvido na aprendizagem formal acadêmica. Em posse desses novos conhecimentos é imprescindível desenvolver uma pedagogia moderna, ativa, contemporânea, que capacite novos professores, para formar novos alunos às exigências do aprendizado em nosso mundo globalizado, veloz, complexo e cada vez mais exigente.

Conceitos como neurônios, sinapses, sistemas atencionais, (que viabilizam o gerenciamento da aprendizagem), mecanismos mnemônicos (consolidação das memórias), neurônios espelho (que possibilitam na espécie humana progressos na comunicação e compreensão no aprendizado), plasticidade cerebral (ou seja, o domínio de como o cérebro continua a desenvolver-se e a sofrer mudanças) serão discutidos por neurocientístas, neuropedagogos e família. A sala de aula será palco da ciência e neurociência, onde o educador domina os processos do cérebro para Aprender, e assim possibilita criar novas estratégias para Ensinar.

Através desta neurociência, os transtornos comportamentais e de aprendizagem passam a ser vistos e compreendidos com clareza pelos educadores, que aliados a esta novidade educacional encontram subsídios para a elaboração de estratégias mais adequadas a cada caso. Um professor qualificado e capacitado, com método de ensino adequado e uma família facilitadora dessa aprendizagem são fatores para que todo o conhecimento que a neurociência nos viabiliza seja efetivo, interagindo com as características do cérebro de nosso aluno e do professor. Esta nova aliada habilita o educador a ampliar suas atividades educacionais, abrindo uma nova rota no campo do aprendizado e da transmissão do saber, cria novas faces do Aprender, consolida o papel do educador, como um mediador e o aluno como participante ativo do pensar e aprender.


Bibliografia

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http://pt.photaki.com/picture-ativa-as-celulas-nervosas-sinapses-sinapse-sinapses-as-sinapses_150205.htm


Vera Lucia de Siqueira Mietto, Fonoaudióloga, Psicopedagoga, Neuropedagoga, atuação em fonoaudiologia e neurociências em crianças e adolescentes com Distúrbios da Aprendizagem- CFfa 3026-1979-UESA - Rio de Janeiro- RJ e Tutora EAD do www.chafic.com.br e docente da UNICEAD na pós graduação de Monte Claros-MG.


Lana Cristina de Paula Bianchi, Fonoaudióloga, Pedagoga, Psicopedagoga, Atuação em Neurociências em Crianças e Adultos na FAMERP- FUNFARME- São Jose Rio Preto- SP- Especialista em linguagem no Projeto Gato de Botas- Distúrbios de Aprendizagem; www.projetogatodebotas.org.br; CRFª: 2907- 1982- PUCC- Campinas-SP- Profª na Disciplina de Psicologia-UNILAGO- São Jose Rio Preto-SP- Linguagem e Cognição- 2010- Orientadora em monografias no curso de pós-graduação de Psicopedagogia- Famerp- 2010- Campo de pesquisa: Linguagem infantil e adulto-


Lana Cristina de Paula Bianchi

Rua Orsini Dias Aguiar nº410-Jardim Alvorada- São José do Rio Preto SP - Tel: 17-32357001

lanafonoaudiologa@yahoo.com.br


Vera Lúcia de Siqueria Mietto

Rua Dr Waldir Cabral nº 22 apto 1503- Vital Brasil –Niterói RJ tel: 21-27196529

velucia_rj@yahoo.com.br


“Neurociência: As novas rotas da educação”
Lana Cristina de Paula Bianchi e Vera Lucia de Siqueira Mietto
Artigo disponível em: http://www.psiquiatriainfantil.com.br/biblioteca_de_pais_ver.asp?codigo=58

15 de jan. de 2012


INFÂNCIA PERDIDA
A animação TOY STORY 3 resgata os sentimentos puros da criança, mas também nos remete à sensação do abandono do gozo infantil rumo à vida adulta

por Eduardo J. S. Honorato e Denise Deschamps



De maneira cada dia mais evidente, trazemos a sensação da lembrança da entrada do cinema em nossas vidas, da filmografia que cada vez mais cedo chega à possibilidade de representação de cada ser. A indústria cinematográfica investe pesado nas produções voltadas para o público infantil, seduzindo a nova geração com menos idade para essa forma de expres­são tão elaborada.

Cada um de nós pode se lembrar com emoção de uma das primeiras vezes em que foi levado para assistir a um filme na telona. Foi sempre de alguma forma impactante, quase tanto como os poetas descrevem a primeira vez que se avista o mar.

Tivemos agora na entrega do Oscar 2011 um repre­sentante deste setor que foi um forte concorrente, e para muitos críticos de cinema, seria o favorito: a animação Toy Story 3, que trouxe um debate em torno da vivência da di­versidade, do crescimento, do desamparo e do desapego. Temas tão atuais em nossa discussão de civilização. Lidar com o excluído deste lugar, o que marca a diferença, ou tentar assimilá-lo, na tendência pós-moderna, pasteurizan­do seu conceito no sentido do aniquilamento. Para pensar esses temas e aprofundá-los, indicamos a leitura do livro de Joel Birman, Mal-Estar na Atualidade.

Como toda a produção humana, o cinema traz também os dois movimentos básicos da cultura, ou seja, o do progres­so e o do retrocesso, dos polos de avanço e dos polos conser­vadores. Mas nos vemos diante de perguntas que envolvem toda a capacidade de captura que está sempre inserida no modelo da cultura hegemônica. Estas não podem deixar de assaltar nossas mentes. Desta forma, indo a outro extremo de pensamento, levanta-se uma reflexão a respeito disso, com foco nas notícias que hoje recebemos dos conflitos em curso no Oriente Médio. A potência de conduzir ideologias é mar­cante no curso do noticiário. Seria menos intensa ao formular animações voltadas ao sujeito em formação, a ser moldado dentro de toda demanda dos modos nos quais opera essa cultura? Então, como di­riam nossos avós, seria bom “manter um olho no padre e outro na missa”, ou ainda diriam os poetas da liberdade “é preciso estar atento e forte”.

Nem toda angústia deve apenas ser banida ou domesticada, e muitas delas são o caminho pelo qual esse sujeito lidará com seus impedimentos e aprisionamentos



Woddy e Buzz Lightyear, são os bonecos de Andy. Juntos eles buscam sempre a união do grupo de brinquedos e resolverem os impasses da turma

Temos a noção de que filhos encaminhados (leia-se adaptados às exigên­cias da civilização) serão sujeitos mais bem-sucedidos e felizes. Essa crença é respaldada a todo o momento, mesmo que os sujeitos adultos que a formulem sintam-se totalmente incapazes de expe­rimentar a tal da felicidade, substituída nos atuais dias por aquilo que muitos teóricos chamam de “mais gozar”. Aproximamos, com a melhor das intenções, esse sujeito em plena vivência do seu de­samparo fundamental, a uma ilusão aos moldes do livro Admirável Mundo Novo (leia sobre este best seller na coluna Divã Literário). Tudo o que transborda, esca­pa, formula um discurso fora do tom, é amainado, capturado em nome do bem-estar. O estar de quem ou do que mes­mo? A ordem da qual o boneco espacial Buzz, alterado em seus impulsos, acabará no filme como guardião.

Ganhou o Oscar um filme que fala sobremaneira na capacidade de superação. Como muitos críticos pontuaram, o vencedor usou a velha e conhecida fórmula cinematográfica, mas nem por isso menos brilhante ou tocante. O longa O Discurso do Rei fala da capacidade de superação, ou ainda, em outro pensar, no quanto na verdade somos todos iguais, sujeitos em nossas fragilidades e desamparos, fazendo do caminho da vida a estrada do encarar isso, da capacidade de assinarmos com alguma singularidade nosso fio histórico. Em certa medida esse filme chega a ser mais pueril que Toy Story 3. Brincando como criança, ele acaba por convidar a permanência na singularidade, e assim, forma cada um em uma coletiva dança. Essa coletividade que remete ao ser social do qual Freud já nos chamava a atenção no instigante texto Psicologia das Massas (grupos) e Análise do Ego, o ser que Birman destaca sobre sua premente necessidade na atualidade quanto ao aspecto: “Esta tensão entre o eu ideal e o ideal do eu funda o sujeito, delineando então, de maneira estrutural, o horizonte possível de seus movimentos”. Para quem não tem intimidade com os conceitos da Psicanálise, a afirmação de Joel Birman refere-se à possibilidade de construção de ideais coletivos (ideal do eu) como a saída para a vivência narcísica (eu ideal) que marca o sujeito contemporâneo.

voltemos então um pouco para a nossa formulação inicial e pensemos que, mesmo diante desta possibilidade, ao pensar em algo que marca a vivência desses ideais, devemos tomar cuidado para não acabarmos capturados no discurso de permanente gozo e felicidade, algo que remeterá à busca insana que nos atravessa e varre para longe concei­tos fundamentais em Psicanálise, como “frustração”, “adiamento da gratifica­ção” e a noção de “sintoma” como a de uma “formação de compromisso”.

Toy Story 3 nos lembra de alguma maneira que nem toda angústia deve apenas ser banida ou domesticada, e que muitas delas são o caminho pelo qual esse sujeito lidará com seus impedimentos e aprisionamentos. A marca do narcisismo pode ser exatamente a grande chave que fecha a cela ou a possibilidade do lado de fora. Ao fazer isso de maneira bastante lúdica, essa animação remete ao sujeito adulto o encontro de seus fundamentos, uma viagem à sua “infância perdida” ou às suas ilusões perdidas. A marca do real, inscrita pelo coletivo, lan­ça esse sujeito à possibilidade de inscrever-se no longo fio ontológico.

Ainda pegando carona em Birman, diríamos: “O social tem de seduzir o sujeito para que este possa ser despertado de seu sono sem imagens, de forma a ser empurrado para o carrossel do sonho e do devaneio. Se isso não se apresenta ao sujeito, este não pode então pender para o pólo autoritário, ficando, pois, restrito e mortificado no pólo narcísico de seu ser”.

TUDO O QUE TRANSBORDA, ESCAPA, FORMULA UM DISCURSO FORA DO TOM, É AMAINADO, CAPTURADO EM NOME DO BEM-ESTAR. O ESTAR DE QUEM OU DO QUE MESMO? A ORDEM DA QUAL O BONECO ESPACIAL BUZZ, ALTERADO EM SEUS IMPULSOS, ACABARÁ NO FILME COMO GUARDIÃO

Ficará, então, apenas lambendo seus brinquedos, como a fase inicial da creche em que nossos personagens se veem confinados. Ou fechado em sua mágoa, como o personagem do grande urso, aprisionado na necessidade de controle e comando.

O personagem Woody, em sua cons­tante marca de inscrição na realidade, desde o primeiro filme da trilogia, chama ao grupo para esta questão. Não pela união que apaga a diferença, mas sim pela potência que cria o encontro de forças e inscrições complementares (muitas vezes antagônicas). De alguma maneira, crescemos e saímos da fábula maniqueísta para a dialética que marca a construção freudiana. Buzz, o ingênuo sujeito apegado a uma concepção congelada do seu ser, faz o fiel da balança ao lembrar que nem só de real vive o homem. Seus sonhos devem partir de uma noção construída de identidade que caminha em di­reção à possibilidade de simbolizar, sob o risco de perecer, caso permaneça apenas atado ao seu narcisismo.

Neste novo filme, o terceiro da série, a questão daquilo que identifica o sujeito diante do seu mundo vem de forma marcante. Woody e seus amigos trazem a questão como sua identificação: o fato de ser o “brinquedo de Andy” não abre espaço para aceitar outro lugar como sendo o que os identifica. Para Woody, isso é definitivo e fica bem colocado quando, ao ver seu novo lar (a creche), que à primeira vista parece o paraíso, se nega a envolver-se. Começa então a aventura de nossos heróis. Cada um im­prime sua identidade nas escolhas que faz a partir do evento. Subjetividade em questão. O lugar do herói seria apenas no imaginário?

 Ironicamente, o filme ganha como melhor animação, mas o lugar de melhor filme fica para o mundo adulto, no resgate das inseguranças que estão inscritas na “posterioridade” em o Discurso do Rei agora proferido.

Talvez possamos pensar, a partir de Toy Story 3, na representação do que acompanha a saída definitiva da infância, simbolizando a maturidade em sua juventude, apresentando-se como uma aquisição e, ao mesmo tempo, como profundo sentido de perda, como é tudo aquilo que marca essa fase. O deslumbramento e a atração pelas novas aventuras, o medo que pode beirar muitas vezes uma fobia paralisante, a entrada da sexualidade adulta como podemos ver na descoberta do boneco Ken ao encontrar sua parceira, Barbie. Há muito de desencanto na saída da infância! É a certeza do desamparo que prepara o sujeito para a grande jornada das realizações da maturidade, marcando com intensidade suas relações com seus novos (velhos) objetos, como um túnel do tempo sem marcas definidas. Porque nenhum sujeito pode crescer sem carregar com ele alguma fração da potência criativa da criança que foi. Trará isso e colocará em suas marcas no mundo. Senão, ao contrário disso, tudo o que lhe restaria seria a inscrição sem desejo, longe da autonomia que marca o ser desejante.

O DESLUMBRAMENTO E A ATRAÇÃO PELAS NOVAS AVENTURAS, O MEDO QUE PODE BEIRAR MUITAS VEZES UMA FOBIA PARALISANTE, A ENTRADA DA SEXUALIDADE ADULTA COMO PODEMOS VER NA DESCOBERTA DO BONECO KEN AO ENCONTRAR SUA PARCEIRA, BARBIE


O filme tira lágrimas até dos corações mais valentes, porque leva a um sentimento de nostalgia da infância perdida. Para as crianças, de alguma maneira irá fazê-las sentir a importância do mundo que estão construindo, até que possam um dia, assim como Andy, dirigir um carro partindo em sua autonomia para a grande aventura que é viver, e que possam então ir com seus brinquedos cuidados, e sem a amargura do grande urso Lotso.

O que seriam dos nossos amigos se não tivessem vivido toda a aventura que acompanhamos? Teriam chegado até sua nova vida? Como seriam eles se permanecessem guardados no sótão? Para que os movimentos da vida aconteçam, é preciso ter certa saudade da infância.


“Dislexia: Como Suspeitar e Identificar Precocemente o Transtorno na Escola”
Dislexia
Releitura de profissionais de Neurociências, com enfoque PEDAGÓGICO e FONOAUDIOLÓGICO pelas fonoaudiólogas e especialistas em psicopedagogia Lana Bianchi ¹ e Vera Mietto ²
A identificação precoce de um possível ou suposto quadro de dislexia no ambiente escolar, sensibiliza os profissionais da educação ao exercício de um novo olhar: “olhar” mais cuidadoso, criterioso, investigativo e com mais participação na vida escolar dessa criança.
O diagnóstico que envolve a exclusão de outras condições e dificuldade por parte da criança, deve voltar-se para uma serie de sinais e sintomas muito peculiares, que podem sugerir a suspeita e levar a busca de profissionais especializados para tal diagnóstico.
Neste contexto, é difícil estabelecer critérios precoces para esta identificação, pois acompanhar o desempenho evolutivo de uma criança é um dos marcadores para inferir inadequações neste desenvolvimento. Sabemos que podem surgir atrasos no desenvolvimento motor e linguístico, inadequações nas fases desse desenvolvimento e superação delas em ambiente familiar estimulador ou não, além de outros fatores que possam implicar direta ou indiretamente no desempenho formal do aprendizado de leitura e escrita.
Estabelecer estratégias e metas novas e eficazes para que crianças desenvolvam o mais correto possível suas habilidades sensoriais e motoras para atingir o contexto formal escolar, sem grandes atribulações é fundamental já que, qualquer aprendizado pedagógico passa pela aprendizagem informal, aprendizado esse que depende do ambiente, da família, da sociedade e das particularidades individuais de cada ser.
Aprender é algo único, e neste aspecto devemos valorizar as pequenas e altas habilidades, pois deste modo, precocemente perceberemos aqueles com mais habilidades para raciocínio, cálculo, e aqueles com habilidades mais linguísticas e assim, facilitamos sua integração no contexto pedagógico formal.
Habilidade para Desenvolver a Escrita e Leitura
Os processos cognitivos que resultam em aquisição do processo de leitura e escrita formam uma base, como apresentaremos:
(1) Conhecimento de (leitura) e (nome) dessas letras:
É importante que esse conhecimento não venha de uma sequência automática de memória do abecedário e sim de conhecimento e reconhecimento de grafemas e o nome que esses grafemas possuem.
2) Consciência Fonológica:
Envolve a habilidade em que a criança aprende a ouvir com o Ouvido Neurológico, associando sons e letras e com essas transposições entre os sinais auditivos corresponder-se a símbolos gráficos, oriundos das unidades articulatórios da fala.
(3) Aptidões da Fala e Linguagem:
Direciona a criança para dentro de um processo de aprendizagem formal, e através dele podemos entender que, quando uma criança está na escola, ela já adquiriu a fala (oralidade), já possui uma estrutura linguistica oral, e a partir deste processo adquirido irá construir um novo processo: a escrita, e em conseqüência, a leitura.
Quando esta criança não tem uma boa estrutura de linguagem oral que comporte uma estrutura textual, dificilmente conseguirá fazê-lo dentro de uma estrutura na escrita. Quando apresenta uma oralidade contaminada por substituições e omissões, essas trocas aparecerão no processo de aquisição da escrita, é necessário verificar suas estruturas anteriores (pré-requisitos) para que a possibilidade de transpor para leitura e escrita esteja adequada.
(4) Atenção Sustentada:
Nascemos com uma atenção automática que é uma resposta aos estímulos e estes provocam essa atenção para uma resposta a estímulos fortes, com grande intensidade, e estes fazem seus registros de automatismo. É essa atenção que persiste na criança durante o aprendizado informal.
Para integrarmos ao aprendizado formal (pedagógico) precisamos da extensão desta atenção voluntária, escolher o que queremos focar, saber relacionar com a situação e contexto escolar. Mais do que isso, se faz necessário uma sustentação para este foco, que é uma habilidade que depende da maturação do lobo frontal, de uma maturação neurológica, que depende de muito treino, adaptação, adequação, e intensa participação da criança.
Esta atenção sustentada é que mantém as zonas de associação com a atenção auditiva para o aprendizado, possibilitando a retenção, ou seja, a consolidação do conhecimento. Deste modo podemos compreender a necessidade e importância do treino dessa habilidade (talvez a que mais necessite de treino) na primeira infância (no ensino infantil pré-requisitos ligados a fase sensório-motor).
(5) Memória Operacional
Esta memória é que nos conduz a memória de trabalho, ou seja, é necessário muito treino com a memória operacional no período da aprendizagem informal para que através das habilidades exercitadas da criança, ela possa seguir para aprendizagem estrutural e assimilar o significado e significante dos símbolos sonoros. Essa correspondência se transformará em imagens mentais abstratas e concretas, em nomeação, relações de fatos com sons para que efetive as relações de oralidade e imagens (codificar e decodificar), estabelecendo significado ao que se aprende.
Neste processo complexo, a maturação neurológica, as zonas de aprendizado e as relações nas áreas frontotemporais são essenciais: a memória auditiva de curto prazo relacionando-se com muitas associações para que a memória de longo prazo efetive o conhecimento e dê seguimento ás próximas etapas linguisticas.
Das Dificuldades:
Como entender: os DIS? Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia... Para cada hipótese, temos um entendimento neurológico e evolutivo de cada expressão e seu respectivo significado:
1) Dislexia:
É a incapacidade de processar o conceito de codificar e decodificar a unidade sonora em unidades gráficas, (forma de grafemas) com capacidade cognitiva preservada (nível de inteligência normal). Os disléxicos têm capacidade para aprender todas as funções sociais e até altas habilidades, desde que, bem diagnosticado, seja trabalhado em suas áreas corticais favoráveis e com estratégias e intervenções adequadas. Essa intervenções devem valorizar suas funções viso-motoras, imagens com significado e significante associados a ritmo e memória visual auxiliando sua memória auditiva, para que desenvolva a capacidade por outras rotas (sabido que sua rota fonológica é prejudicada).
2) Disortografia:
Definimos como disortografia, os erros na transformação do som no símbolo gráfico que lhe corresponde. Nem sempre a disortografia faz parte da dislexia e pode surgir nos transtornos ligados á má alfabetização, na dificuldade de atenção sustentada aos sons, na memória auditiva de curto prazo (Déficit de Atenção) e também nas dificuldades visuais que podem interferir na escrita. Quando não estão co-morbidas à Dislexia, o prognóstico é melhor.
3) Disgrafia:
Não se pode confundi-la ou compará-la com disortografia, pois a disgrafia tem características próprias. A criança com disgrafia apresenta uma escrita ilegível decorrente de dificuldades no ato motor de escrever, alterações na coordenação motora fina, ritmo, e velocidade do movimento, sugerindo um transtorno praxico motor (psicomotricidade fina e visual alteradas).
4) Discalculia:
A Discalculia do desenvolvimento é uma dificuldade em aprender matemática, com falhas para adquirir adequada proficiência neste domínio cognitivo, a despeito de inteligência normal, oportunidade escolar, estabilidade emocional e motivação. Não é causada por nenhuma deficiência mental, déficits auditivos e nem pela má escolarização. As crianças que apresentam esse tipo de dificuldade realmente não conseguem entender o que está sendo pedido nos problemas propostos pela professora. Não conseguem descobrir a operação pedida no problema: somar, diminuir, multiplicar ou dividir. Além disso, é muito difícil para elas entenderem as relações de quantidade, ordem, espaço, distância e tamanho. Aproximadamente de 3 a 6% das crianças em idade escolar tem discalculia do desenvolvimento (dados da Academia Americana de Psiquiatria). De um modo geral, o prognóstico das crianças com discalculia é melhor do que as crianças com dislexia, ou pelo menos, elas tem sucesso em outras atividades que não dependam desta área de calculo numérico.
Conclusão:
Todo trabalho escolar, da vida acadêmica de uma criança deve ser investigado precocemente, desde seus primeiros momentos em berçários, creches, escolas infantis, pois a detecção de falhas ou inabilidade no seu D.N.P.M. (desenvolvimento neuropsicomotor) será precioso para atendê-la melhor, até seu inicio ao ensino formal, respeitando seu ritmo, mas oferecendo-lhe oportunidade de uma boa intervenção, caso descubra-se precocemente esta falha ou incapacidade.
O pré-diagnóstico no âmbito escolar é excelente para o aluno, para a escola, para os pais e a sociedade, onde não se atropela o desenvolvimento e nem permite más condutas com gastos desnecessários no futuro.
Todos devem participar desse novo olhar: professores, direção de escola, pais, psicopedagogos, e outros profissionais envolvidos direta ou indiretamente na alfabetização.
¹ Lana Cristina de Paula Bianchi - Fonoaudióloga, Pedagoga, Psicopedagoga, Atuaçao em Neurociencias em Crianças e Adultos na FAMERP- FUNFARME- Sao Jose Rio Preto- SP- Especialista em linguagem no Projeto Gato de Botas- Disturbios de Aprendizagem; www.projetogatodebotas.org.br; CRFa: 2907- 1982- PUCC- Campinas-SP- Profa na Disciplina de Psicologia-UNILAGO- São Jose Rio Preto-SP- Linguagem e Cogniçao- 2010- Orientadora em monografias no curso de pos-graduaçao de Psicopedagogia- Famerp- 2010- Campo de pesquisa: Linguagem infantil e adulto-
² Vera Lucia de Siqueira Mietto, Fonoaudióloga, Psicopedagoga, Neuropedagoga e Tutora EAD do www.chafic.com.br e www.ceitec.com.br em Neurociencias, Dislexia e TDAH e docente da UNICEAD na pós graduação de Monte Claros-MG.
Referências bibliográficas:
“Leitura, Escrita e Dislexia” – Uma análise cognitiva – Andrew W. Ellis – 2ª edição – Editora Artmed
“Entendendo a Dislexia” – Um novo e completo programa para todos os níveis de problemas de leitura – Salley Shaywitz – Reimpressão 2006 – Editora Artmed
“Dificuldades de Aprendizagem” – detecção e estratégias de ajuda – Ana Maria Salgado Gomez, Nora Espinosa Tenan - Edição Mmix
“Transtornos de aprendizagem – Abordagem neurológica e multidisciplinar” - Newra Rotta, Lígia Ohhweiler, Rudimar dos Santos Riesgo - Ed Artimed, 2006
“Dislexias” - Arrne Van Hout, Françoise Estiene - Ed Arttimed, Porto Alegre, 2001
“Neurociência Aplicada à Aprendizagem” - Telma Pântano, Jaime Zorzi - Ed Pulso, São José dos Campos. 2009
Sites:
www.lerecompreender.com.br/palestras.asp - (Dislexia: "Como Suspeitar e Identificar Precocemente o Transtorno na Escola", 2010)
http://cursoschafic.com/neurociencias.html
http://cursoschafic.com/dislexia.html
www.pedagogia.com.br/artigos/neurocienciaaeducacao


“Dislexia: Como Suspeitar e Identificar Precocemente o Transtorno na Escola”
Lana Cristina de Paula Bianchi e Vera Lucia de Siqueira Mietto

Artigo disponível em: http://www.psiquiatriainfantil.com.br/biblioteca_de_pais_ver.asp?codigo=57

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