23 de mar. de 2009

COMPORTAMENTO - RELACIONAMENTO AMOROSO


Complexo de Cinderela
Francisco Antônio Pereira Fialho
Psicólogo. Doutor em Engenharia do Conhecimento. Professor do Curso do PPGEP da UFSC.
Cinderela busca o amor e esse fato é, ao mesmo tempo, sua força e sua fraqueza. A busca pelo outro é, de alguma forma, uma busca por si mesma.
ietzsche afirma que o sentimento de amor pelo outro e o espírito altruísta são expressões de fraqueza e negação do eu e que nosso desejo de um amigo, numa outra pessoa, é nosso acusador. Freud diz que: "Se amo uma pessoa, ela tem de merecer meu amor de alguma maneira. (...) Ela merecerá meu amor, se for de tal forma semelhante a mim, em aspectos importantes, que eu me possa amar nela; merecê-lo-á também, se for de tal modo mais perfeita do que eu, que nela eu possa amar meu ideal de meu próprio eu (self)" (Freud, 1976, p. 130-131).
A história de Cinderela é velha, pelo menos até onde o tema principal da lenda vai: a procura da mulher amada e sua identificação devida à particular natureza de seu calçado. Um mito chinês datado de 9 a.C. estabeleceu a fundação da história. Depois tivemos um escritor Romano do séc. III e um escocês anônimo do séc. XVI, com uma narrativa já quase exatamente igual à atual.

A primeira versão em que a fada madrinha ganha o papel que lhe conhecemos hoje teve de esperar por Charles Perrault, em 1697, e foi só com os irmãos Grimm, em 1812, que a família adotiva da heroína recebeu esse aspecto ao mesmo tempo negro e cômico.
Hermes, o mensageiro de sandálias aladas, tinha como atribuição transmitir, interpretar e explicar os desejos divinos, aos deuses entre si e aos homens. Era o mediador entre o mundo dos deuses e o mundo dos homens.
Daí se origina a palavra hermenêutica. Vem do verbo hermeneuein (interpretar) e do substantivo hermeneia (interpretação). Heidegger e Ricoeur elevaram a hermenêutica ao status de ciência. A psicologia profunda de Jung é um estilo de hermenêutica. Ela propõe conhecer o homem através dos símbolos, da exegese dos símbolos do inconsciente, principalmente os da psique objetiva.
O tema de Cinderela é uma viagem de iniciação que conduz ao estado de adulto e de maturidade. De acordo com a época, o país e o autor, os contornos da história variam tal como os cenários – mas o progresso da adolescência à maturidade mantém-se a preocupação central. Em Cinderela é a fada-madrinha quem, tal como em A Bela Adormecida, fornece o toque mágico necessário para cumprir um destino que também envolve a descoberta do amor e os trâmites que daí vêm e advêm.
Os contos de fadas, contados e recontados através das eras, escondem arquétipos que, ao serem revelados, desnudam a alma do mundo.
Os personagens não estão lá simplesmente para mostrar a personagem central. O príncipe, partindo das cortes, tentando encontrar um verdadeiro significado para sua vida; as irmãs e a madrasta, tentando tornar-se num ideal de beleza; o pai, deprimido; todas estas figuras são indispensáveis à emergência de Cinderela.
Como sempre acontece nos contos de fadas, as personagens possuem uma realidade emblemática e simbólica; o príncipe que está aborrecido,

Cinderela, que é quem espera; a fada representa o amor e o dom da vida; o pai que é perseguido por sua consciência, as irmãs e sua mãe que olham para os outros pela imagem de suas identidades. Estas personagens são definidas, não tanto por sua individualidade, como pelo espaço mitológico que habitam.
A hermenêutica é o processo de decifrar, de penetrar no âmago de um objeto e transcender o momento histórico da criação e da interpretação.
"As ciências da natureza têm métodos para compreender os objetos naturais, as ‘obras’ precisam de uma hermenêutica, de uma ‘ciência’ da compreensão adequada a obras enquanto obras" (Palmer, 1997,19).
Cinderela busca o amor e esse fato é, ao mesmo tempo, sua força e sua fraqueza. A busca pelo outro é, de certa forma, uma busca por si mesma, e essa busca por si mesma é, em resumo, uma busca pela Sabedoria. A busca do eu só se realiza pela negação do eu. Só negando o eu é que nos arriscamos a penetrar a floresta do inconsciente para tentar encontrar, além do mistério, o self real.
Um conto de fadas, para os que conhecem certas chaves da cultura universal, é algo assim como um manual, um esquema criado para ajudar na recordação tanto daquelas chaves culturais como também das possíveis aplicações que admite. O mesmo conto é contado e recontado e as mudanças nos permitem ler a alma das diferentes culturas.
A história de Cinderela, para nós psicólogos, é a história da busca da Sabedoria. A Sabedoria é inexistente para quem não experimentou uma mínima parte sua; não força ninguém, mas também não se entrega fácil. Mesmo crendo tê-la encontrado, é possível estar enganado. É disto que trata a história.

Os Mitos Femininos
Cinderela é uma mulher, cercada de mulheres. As fadas são mulheres. Esses contos nos remetem a épocas muito antigas, em que a Deusa Mãe ainda passeava pelo planeta Terra e a mulher, portadora da vida, detinha as chaves para todos os mistérios.
Com a descoberta assombrosa de que os homens tinham algo a ver com a continuidade da espécie humana, pouco a pouco, as sociedades matriarcais foram cedendo espaço a outras formas de ser em grupo.
Zaratustra dizia que a mulher "deve adorar ao homem como à divindade. Nove vezes pela manhã, de pé ante o marido, com os braços cruzados, deve perguntar-lhe: Que desejais, meu senhor, que faça?" (Zaratustra apud Loi, 1988, p. 9).
Buda, o Iluminado, fundador do budismo, dizia que: "A mulher é má. Cada vez que se lhe apresente oportunidade, toda mulher pecará" (Buda apud Loi, 1988, p. 9).
Martinho Lutero (1483-1546), responsável pela Reforma Protestante, dizia que: "Não há manto nem saia que pior assente à mulher ou donzela que o querer ser sábia" (Lutero apud LOI, 1988, p. 26).
O Imperador Napoleão Bonaparte dizia que "as mulheres nada mais são do que máquinas de fazer filhos" (apud Loi, 1988, p. 35).
Os mitos são, ao mesmo tempo, criados pelas próprias culturas e criadores destas, seguindo padrões, não de uma evolução cartesiana do pensamento humano, mas de uma deriva natural ao fluxo das adaptações necessárias.
Lacan (1995) afirma que a verdade tem uma estrutura de ficção. É na ficção que existe a possibilidade de se esbarrar na verdade, e esta só pode ser

enunciada através da mentira, ou de uma articulação mítica. A narrativa de ficção alude à verdade do sujeito, ainda que este não tenha consciência disso.
A realidade está sempre perpassada pelo imaginário, como apontou Lacan (1985): "... a pouca realidade (...) faz com que tudo o que nos é permitido abordar de realidade reste enraizado na fantasia" (p. 127). O objetivo não é buscar discriminar a realidade da fantasia, mas perceber que, de uma maneira ou de outra, a subjetividade sempre vem à tona. Assim, a interpretação é um deciframento do inconsciente e não um esforço exaustivo de ancoramento com a realidade.
O psiquiatra Isaac Charam assim descreve a carta de Freud a Fliess, reconhecendo a importância dos mitos:
"(...) é possível que os mitos sejam vestígios distorcidos das fantasias dos desejos de povos inteiros. Os mitos expressam fantasias universais, surgidas nas origens da humanidade, que aparecem no inconsciente de todo ser humano. As manifestações mais diretas do inconsciente são os mitos, em nível dos povos, e os sonhos, em nível do indivíduo" (Charam, 1992, p. 23).
"Na primeira etapa, o mundo é criado por uma deusa mãe sem auxílio de ninguém. Na segunda, ele é criado por um deus andrógino ou um casal criador. Na terceira, um deus macho ou toma o poder da deusa ou cria o mundo sobre o corpo da deusa primordial. Finalmente, na quarta etapa, um deus macho cria o mundo sozinho" (Muraro, 1991, p. 8).
Simone de Beauvoir analisa esta transposição mítica do feminino para o masculino, lembrando-nos das divindades femininas, da Grande Deusa, da Grande Mãe, que "reina sobre toda a Egeida, a Frígia, a Síria, a Anatólia e sobre toda a Ásia Ocidental" (Beauvoir, 1961, p. 90).
Os símbolos carregam em si muito mais do que o aparente. Jung resgata o valor do símbolo, encara-o como o caminho para o sagrado, para os deuses interiores.
O Complexo de Cinderela
Complexo de Cinderela, best-seller publicado em 1981 por Colette Dowling, descreve um modelo de mulher que prefere acomodar-se em um casamento (inutilizando seu potencial criativo e intelectual).
Confesso que quando vi o livro de Colette pela primeira vez, pensei: "Aí vai mais um desses pacotes feitos por americanos para americanos". Se a leitura que Colette faz do mito de Cinderela é ingênua e perde toda a riqueza que se poderia extrair dele, por outro lado, é útil, na medida que, esta mesma simplicidade torna mais simples a compreensão, pelos leitores do livro, das idéias aí expressas. Temos não uma hermenêutica, mas o uso inteligente de uma metáfora.
O ponto de vista da autora, em resumo, é o seguinte: "As mulheres são educadas para se sentirem sempre parte de uma outra pessoa e, quando têm chance de se libertarem, assustam-se e rejeitam a oportunidade". A autora acredita que a educação que recebeu – e que as mulheres recebem – é no sentido de manutenção de uma mentalidade de eterna dependência.
A Cinderela de Colette é uma mulher passiva e medrosa, à espera de algum milagre que venha modificar sua vida. Não pensa em suas responsabilidades, buscando alguém que se disponha a sustentá-la e a protegê-la material e moralmente.
Para comprovar as teses defendidas pela autora temos que, ainda hoje, as pesquisas revelam que entre esses dois estereótipos, o do "macho provedor" e o do "garanhão italiano", as Cinderelas preferem (para casar) o primeiro.
Cinderela é o símbolo dessa dependência, do viver à espera de que alguém (um homem) apareça e resolva os problemas. Alguém que mantenha essa dependência e não que a liberte dela.

Vicente Cassepp Borges, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, realizou uma pesquisa cujo objetivo foi verificar se, após 21 anos, com um predomínio de relações afetivo-amorosas rápidas e frias ("ficar"), ainda poderemos verificar, nas adolescentes de hoje, características que permitam a comparação feita por Colette com a personagem Cinderela.
A amostra foi composta por 200 adolescentes de ambos os sexos (96 meninos e 104 meninas), estudantes do segundo e do terceiro ano do ensino médio de uma escola de classe média alta de Porto Alegre, com uma média entre 15 e 16 anos.
Segundo Colete Dowling, a sexualidade da mulher é tão castrada que ela precisa da desculpa do amor para sentir prazer com o outro. Não basta, portanto, para a mulher, o simples desejo. O prazer da mulher está intimamente relacionado a um sentimento inexplicável como o amor.
De fato, os dados indicaram uma diferença significativa entre os sexos na questão do amor à primeira vista, sendo que as mulheres acreditam muito mais nesta forma de se conhecer. Apesar do número elevado de respostas neutras, os adolescentes de ambos os sexos acreditam no estereótipo de que o homem sinta mais a sexualidade enquanto apontam que a mulher sinta mais o amor.
Segundo a autora, o comportamento de dependência acaba resultando em decepções e frustrações quando um namorado, noivo ou marido não atende às expectativas e ansiedades.
Confirmando as previsões do livro, com relação às iniciativas nos relacionamentos, o estudo mostrou que as mulheres estão mais acomodadas do que os homens, preferindo que eles tomem a iniciativa, enquanto os homens acreditam mais na igualdade.
A pesquisa de Vicente concluiu, ainda, que este modelo de mulher passiva e sonhadora ainda pode se encaixar com as adolescentes de hoje em certos aspectos, mas não em outros, não se podendo, portanto, aplicar o estereótipo de

Cinderela às adolescentes. Apesar disso, se quisermos dar este apelido a algum gênero, ainda seria o gênero feminino.
"A tese deste livro é a de que a dependência psicológica – o desejo inconsciente dos cuidados de outrem – é a força motriz que ainda mantém as mulheres agrilhoadas. Denominei-a ‘Complexo de Cinderela’: uma rede de atitudes e temores profundamente reprimidos que retém as mulheres numa espécie de penumbra e impede-as de utilizarem plenamente seus intelectos e criatividade. Como Cinderela, as mulheres de hoje ainda esperam por algo externo que venha transformar suas vidas."
É quase impossível que, ao longo de uma vida, um casal não enfrente problemas financeiros. Enquanto Cinderela se sente traída e culpa o companheiro, este a culpa pela falta de companheirismo exatamente no momento que mais necessitava de apoio para elevar uma auto-estima comprometida. As decepções e frustrações são mútuas.
O mito é da ordem do vivido. E o vivido é real. Rubem Alves assim o expressa: "Não estamos sozinhos. Meu destino não é só meu. Meus risos e dores não são confissões solitárias, mas parte de uma tapeçaria que se chama humanidade. Sou Adão e sou Eva, Caim e Abel, Laio, Jocasta e Édipo, Ulisses e Telêmaco... Não, o mito não diz como as coisas se deram. O que ele faz é reconstruir a beleza trágica e comovente do destino humano que todos participamos" (Alves, 1988, 20).
Minha infância foi povoada de princesas, príncipes encantados, bruxas e fadas madrinhas. Era só cheirar o pó de pirlimpimpim e pronto, saía em viagem à Lua ou, junto com o Hércules Lelé, percorria o Olimpo dos Deuses ou a Atenas de Péricles. Fui, também, o Saci, a Cuca, Pedrinho, Narizinho, a Emília e o Visconde.
Vamos ter de ir além da analogia e buscar na hermenêutica as chaves não apenas para reconstruir, mas, acima de tudo, apontar caminhos para

transformações, trocar arquétipos como quem troca de vestido para sair num dia de domingo.
Além do Mito de Cinderela
A procura do amor primeiro está no cerne dos desejos e ações de Cinderela. Ela só terá sucesso na busca se seguir mantendo-se fiel a si própria e recusando o uso de máscaras. A fada relembra-a disso quando Cinderela aparenta começar a adquirir gosto pela vida na corte e seus artifícios. As doze badaladas do relógio, marcando a meia-noite, são um aviso à jovem, para que não perca seu verdadeiro Eu.
O caminho de Cinderela, rumo à autodescoberta, é ansioso e lento, conduzido no escuro pela figura fluida e cintilante de sua fada madrinha, a Sabedoria da Psique. Através da mãe (da Psique), ela foge das trevas, rumo à terra prometida, encontrando seu caminho até ao príncipe.
Cinderela, finalmente, encontra a beleza de sua alma, tornada visível por sua figura e por suas roupas, mas só o príncipe encantado será capaz de reconhecer esta beleza especial quando ela se encontra vestida com suas roupas pobres.
O sapatinho de cristal é um sinal concreto de um ser único e inicia o encontro dos amantes, libertando Cinderela de suas prisões familiar e social, permitindo-lhe ser reconhecida por seu verdadeiro valor como mulher em vez de ser vista como uma adolescente dependente.
O pé representa o reconhecimento a que Cinderela aspira, a revelação das mentiras das irmãs. São as pegadas desse pé que levam o príncipe a viajar, a partir de seu mundo fechado, em busca de outros lugares, outras verdades. Finalmente, é a forma desse pé que o príncipe, de joelhos – pela primeira vez, ao

contrário de todas as regras de etiqueta, "aos pés" de outrem – reconhece sua verdadeira essência.
Conclusão
Lembro Peter Pan, o menino que não queria crescer. Todo mito nos remete a reflexões sobre a natureza humana. O Complexo de Peter Pan refere-se ao arquétipo do eterno menino. Tem gente (como eu, confesso) que deseja manter-se sempre jovem e, por essa razão, se descuida das responsabilidades de virar um adulto, deixando de assumi-las.
Herói em grego significa basicamente "o que nasceu para servir". O herói como arquétipo, estrutura potencial do inconsciente coletivo, emerge quando um homem ou mulher consegue vencer suas limitações pessoais. O herói é assim representante das forças psíquicas que desafiam a estagnação e acessa núcleos vitais de individuação em nossos inconscientes. Para o mal ou para o bem os heróis são emissários do novo.
Em Cinderela vemos desde a princesa Diana, a não-guerreira que tinha tudo para ser apenas um mito de Cinderela fabricado, a menina pobre e oprimida que casa com o príncipe poderoso, até Hilda Furacão que, com seu chinelo, vai desafiar o todo-poderoso Deus, representado por belíssimo frade.
Referências bibliográficas:
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